Sobre a beleza

Eu sempre ouvi a frase “a beleza está nos olhos de quem a vê“, e nunca soube quem a proferiu pela primeira vez. Diz a internet que foi o filósofo e poeta espanhol Ramón de Campoamor y Campoosorio, no século XIX.

Hoje, ao ver algumas fotografias feitas debaixo d’água, e ficar emocionada com tanta poesia, me perguntei se todos veriam ali a beleza que me comovia.

Fotografia de Christy Lee Rogers. Mais em mymodernmet.com/muses-christy-lee-rogers

Aprendemos o belo como quem aprende a falar. Somos ensinados a apreciar isto ou aquilo. O teu gosto pessoal não é assim tão pessoal como gostarias de acreditar. É quando damo-nos conta de tal feito que libertamo-nos para além dos limites que nos são impostos. Livres.

Talvez isso não importe tanto quando falamos de fotografias, quadros ou músicas. Entretanto faz toda a diferença quando falamos de corpos, de pessoas, de humanos. Porque impõe-nos a fronteira entre sermos aceitos ou não. Marca a divisão entre pertence e não-pertence. Secciona o valor intrínseco de cada um de nós. Categoriza. Fere. E mata.