Clio, a Musa inspiradora

Clio, a Musa da História e da Criatividade, que ilustra esse post, lhe faz um convite: repense seus padrões!

Quando eu lhe peço que pense em uma pessoa criativa, que tipo de imagem lhe vem à mente?

Como essa pessoa se parece? O que ela veste, como se comporta? O que ela lê? O que ela faz?!

Você se imaginou?

Pensou em um conhecido ou alguém distante, com quem você não tem contato?

Daí, outra pergunta: Criatividade é um privilégio de que tipo de pessoa?

Porque uma coisa é certa: TODO MUNDO É CRIATIVO! (Basta a gente não limitar o tipo de criatividade de que estamos falando…).

Em menor ou maior grau, direcionado a um estilo ou outro, repito: todo mundo é criativo!

Às vezes, o que nos trava é uma crença limitante. Um pensamento que está fora de contexto, e que não nos serve mais.

Já parou pra pensar nisso?!

Imagem: abusadas intervenções (no Canva) sobre Clio, óleo sobre tela, de 1689, do pintor francês Pierre Mignard, do acervo do Museu de Belas Artes de Budapeste.

O Flâneur

Sabe esse olhar curioso do turista?

Esse passear pelas ruas com um olhar atento e despretensioso, ao mesmo tempo, descobrindo detalhes que passam despercebidos para a maioria dos transeuntes da cidade tem um nome pomposo: é o Flâneur!

O verbo flanar, do francês, pode ser traduzido como passear, e mais que isso: é o caminhar sem pressa, abandonando-se à impressão e ao espetáculo do momento.

O sociólogo Walter Benjamin baseou-se na poesia de Charles Baudelaire, e levou o flâneur para a Academia, transformando-o em objeto de estudo e um emblemático arquétipo da experiência moderna.

Ter esse olhar de turista é manter desperta a curiosidade pela vida, e transformar uma simples ida à padaria em uma experiência prazerosa. É estar presente no momento, saindo do piloto automático que o ritmo frenético da cidade nos impõe.

Ser flâneur é se deliciar com a vida e tudo o que ela nos oferece, sem pressa, com alma.

🐝 Esse post foi inspirado em uma conversa com a Débora Figueiredo, que me contava sobre uma frase dita em algum lugar, que ela tomou para a sua vida. E era a exata descrição do Flâneur – essa figura que amo e procuro incorporar no meu dia a dia.

Agora me conta: quando e como você “incorpora” o flâneur?

Tédio & Criatividade

Você sabe a ligação entre tédio e criatividade?

“Dez anos atrás, no trabalho, mudávamos nosso foco a cada três minutos. Agora, isso ocorre a cada 45 segundos, e fazemos isso o dia todo. A pessoa comum checa e-mails 74 vezes por dia, e muda de tarefa em seu computador 566 vezes por dia”, diz Manoush Zomorodi, na sua TEDTalk “Como o tédio pode nos levar às ideias mais brilhantes” (já linkado para o www.ted.com – e com legendas em Português!).

Estamos ocupados demais, sempre fazendo algo, ou checando aleatoriamente nosso smartphone, e não suportamos o tédio.

Tendemos a nos ver como multitarefas, quando na verdade, esgotamos nossas energias ao pular de tarefa em tarefa, mudando sistematicamente o foco entre essas muitas ações.

Limitações e tédio despertam em nós a nossa capacidade criativa – quanto mais restrições, mais inovadora é a solução.

Então, algumas provocações:

– Reduza o uso do seu telefone, se preciso, guarde-o por algumas horas.
– Desligue as notificações enquanto faz suas tarefas, lê um livro ou vê um filme.
– Apague aquela app que lhe distrai durante o dia.
– Analise o relatório de uso do seu telefone e veja onde “a coisa” pega!

A porta

O homem atravessa uma sala e para diante da porta fechada. Além dela pode estar o abismo. Ou a escada que busca. Com a mão na maçaneta, o homem se imobiliza, sem coragem para abrir, sem desprendimento para renunciar.

Marina Colasanti, em Hora de alimentar serpentes, página 181, pela Global Editora.

No workshop sobre escrita criativa que fiz, ainda em Portugal, com Mia Couto e José Eduardo Agualusa, falamos sobre inspiração para escrevermos. Foi quando Agualusa diz se inspirar lendo poesia.

Pra mim, os curtos contos deste livro de Marina Colasanti soam como poesia – breves e profundos, destrancam aqui qualquer coisa e fazem da escrita uma urgência. Preciso colocar no papel todo o afeto que me impacta o peito.

Ler é viver outras vidas, mas também é mergulhar em si mesmo.

Como revisar seu texto

Você já sentiu a frustração de fazer o post perfeito, com uma imagem linda, cores fantásticas, texto incrível e… um baita erro de português?

Fuén…

Eu já!

Confesso que sou a especialista em trocar letras, comer palavras, esquecer a pontuação.

Como evitar isso?

Revisando o texto antes de publicá-lo!

(Spoiler: isso também vai servir para nos certificarmos de que a ideia está bem explicadinha!)

1. Releia seu texto em voz alta
2. Releia seu texto, dividindo as sílabas – para ter certeza de que está tudo correto!
3. Na dúvida sobre a grafia de determinada palavra, procure-a no dicionário.
4. Repetiu várias vezes a mesma palavra? Escolha um sinônimo.
5. Não tem certeza se a vírgula está no lugar certo, certifique-se de que ela não está entre o sujeito e o verbo da frase – esse é o pior erro; os outros são de menor poder destrutivo!
6. Lembre-se: a crase só aparece frente à palavras femininas. Trocá-la por AO nos ajuda a perceber se sua colocação está correta (por exemplo: frente AO adjetivo no feminino – tá vendo? Por isso usei a crase ali em cima!).
7. Já falei para reler seu texto? Vale repetir isso algumas vezes!

Se mesmo assim um errinho passar, relaxe: não é o fim do mundo.

Na próxima vez, você vai ter cuidado redobado. Oops… redobrado!

Técnica de escrita: costurando seu conteúdo

No meu tempo de redatora publicitária (escrevi algumas revistas para uma operadora de telefonia móvel, todas cheia de regras e textos legais), eu recebia um briefing (um documento que traduzia a expectativa do meu cliente) com todas as informações que deveriam estar no meu texto. E, normalmente, era informação demais, complicada demais, chata demais!

Como eu transformava aquela sopa de letrinhas em um texto informativo e agradável de ser lido? (Lembre-se era pra uma revista, não um manual!).

Eu “pescava” as informações que eram necessárias estar no texto – as mais importantes! – e as digitava num documento Word. Ali eu colocava “o que”, “porque”, “como”, “quando”, “quanto”, “onde”… e então eu as costurava para que fizessem sentido!

Esse “costurar” é acrescentar as palavras que vão ligar aquelas informações, as transformando em uma bonita colcha de retalhos – quer dizer, em um texto agradável de ser lido.

Desta forma, eu não me perdia no meio da informação, nem corria o risco de deixar de fora algo do que era importante.

Você pode fazer o mesmo com o seu conteúdo: faça uma lista do que precisa ser dito, e só então comece a escrever seu texto.

Conhecia essa técnica? Conta aqui nos comentários como é que você faz…