Fixação

elephant gun – beirut

If I was young, I’d flee this town
I’d bury my dreams underground
As did I, we drink to die, we drink tonight

Far from home, elephant gun
Let’s take them down one by one
We’ll lay it down, it’s not been found, it’s not around

Let the seasons begin – it rolls right on
Let the seasons begin – take the big king down

Let the seasons begin – it rolls right on
Let the seasons begin – take the big king down

And it rips through the silence of our camp at night
And it rips through the night

And it rips through the silence of our camp at night
And it rips through the silence, all that is left is all that i hide

Água parada

Não sou daqueles riachos

Seguros, rasos, calmos

Minhas águas são claras

Porém

Agitadas, rápidas, ágeis

Corro rumo ao oceano

Com fúria, com pressa

Caudalosa, sou larga

Transparente, sou profunda

Água fresca que renova

Acorda!

Nunca me imaginaria água parada.

Abril

Enfim, chegou o fim

– Eu sou muitas. Cuide-se. Estou em todos os lados.

Ao admirar minha cara de santa, você vai estranhar essas afirmações. Mas não perca seu tempo. Gastei o meu na busca de respostas. E o que encontrei foram verdades expostas. Então, rapaz, digo mais uma vez:
Não pense que sou rasa. Sou mil, sou várias, sou todas as mulheres que um dia você pensou conquistar. E evitar.

Você ignorou minhas recusas. Investiu. Conquistou. Você, inocente, acreditou em um poder imaginário, desses que só a ignorância traz. E por meses a fio, você foi o herói solitário que enfrentou os monstros aprisionados em mim. Bravo guerreiro, um menino… você não percebeu, mas as feras devoraram sua alma. Sorrateiras, elas usaram do feitiço mais antigo, o mais manjado: o meu sexo.

Todas as noites que passamos juntos. Elas estavam lá. Cada gozo que vivemos. Elas sentiram também. E assim, ao poucos, invadiram o seu corpo. Levaram sensações no lugar da pele de cordeiro. Você dizia ser amor. Eu sabia ser luxúria.

Abril chegou atrasado pra mim, porque me perdi em você. E eu reafirmo: amei cada momento. Até o fim. Até agora. Despedaçada, encontro o adeus.

http://pensamentoacidental.blogspot.com por Bia Quadros

Vestir-me-ei de primavera


Quando você chegar
estarei rodeada de flores
a exalar o perfume das chuvas

Franca e faceira
serei Musa: escreve sobre minha pele
com seus dedos angélicos
o momento presente

em cada palavra
coloca alma

Quando você me tocar
vou me abrir feito botão
e derramar gotas de orvalho – minhas lágrimas de gozo
a descer pelas pétalas e a molhar o chão
lençol verde, sob céu de estrelas

Meu nome é Hera
e em meus braços
preso por abraços
você dormirá

Meus olhos, miosótis
e na boca rósea, a sedução
dita pela palavra muda
dos lábios entreabertos

Liliácea e delicada
meus encantos
Maria-sem-vergonha
meu dom

Sou flor vestida de Primavera
a esperar você, meu fim
meu Verão

* Foto minha, do meu W810i

Azul


O tudo é azul, sabia?
Só agora me dei conta…

Podes achar obsceno,
Mas garanto que não há conotação,
Eu literalmente mergulhei no mundo
Despida de qualquer fantasia
Nua, sozinha, crua.

Teus olhos procurarão algo sexy
Mas só verão a mim
Sem roupas, sem quereres, sem máculas.
Não te basto?

A calmaria destes dias
Mostram que o tudo é azul.
Como o mar de outras terras,
Azul infinito e profundo.

Imersa neste mundo
Absorvo o novo
Planejo o próximo momento
Respiro a vida

Aqui, onde tudo é azul,
Meus olhos não têm lágrimas
Meu corpo não tem marcas
Minha alma está lavada.

* Azul veio do flickr.com/jakalito