Lembro-me como se fosse ontem da minha primeira entrevista em uma agência de publicidade. Era uma agência nova, mas com grandes nomes – profissionais premiados, badalados e com egos super-inflados. Ao mostrar meu portfólio, e orgulhosamente falar sobre tudo o que amava fazer, logo fui cortada com a frase:
– Mas você faz tudo isso? Não deve fazer nada muito bem, né?! Primeiro ajusta seu foco, depois vem conversar com a gente.
Aquilo foi um balde de água gelada. Saí de lá aos prantos e com a certeza de que tinha algo de errado comigo. Pulei de emprego em emprego, fiz muitos projetos, aprendi inúmeras coisas diferentes. E levei um tempão para aceitar que, sim, faço muitas coisas, gosto de outras tantas, quero aprender muito mais porque ainda não é suficiente e o mundo é grande demais para eu saber um tiquinho só.
Mas essa auto-estima da porra só veio com a idade (algo que preciso lustrar diariamente, ou caio de novo na conversa de que preciso escolher uma coisa!)
Penei por muitos anos, e subaproveitei minhas potencialidades por querer me encaixar nos moldes que a sociedade nos impõe, nem sempre de forma sutil…
Hoje, sei das minhas multipotencialidades. E as uso nos projetos que crio pra mim e para os negócios dos meus clientes. Assim ensino o João, para que desde cedo ele entenda que pode ser muitas coisas, ou pode mergulhar num só assunto – o que importa é que esteja confortável com suas escolhas.
Esse post foi feito sob a influência da newsletter de 27 de julho de 2021 da Livia Forte.