Going grey! Sim, assumi os fios grisalhos

Minha mãe dizia que aos 17 anos já tinha cabelos brancos. Eu, desde os 15, 16 anos, mudo a cor dos meus cabelos. E já os pintei de quase todos os tons. Já fui loira com mechas, ruiva de diversas tonalidades, castanho com e sem luzes, preto azulado. Gosto de mudar. É divertido. 
 
Em 2005, passei “máquina 2”, deixando o cabelo mais curto quanto possível, e ao natural. Amei o resultado e me curti grisalha. Mas a ideia era cortar para tirar a tinta preta e poder voltar ao vermelho… Porém, logo depois, me descobri grávida. Engordei 30 quilos e me sentia envelhecida. Naquela época, com tantas mudanças, não consegui “comprar” a briga de ser grisalha aos 35 anos. Tão logo parei de amamentar, tingi os cabelos.
 
Em 2014, fiquei platinada. O loiro mais claro possível, e com ele fui feliz por mais de um ano. Até cortar curtíssimo de novo, um pixie totalmente grey e charmosérrimo. De lá pra cá, deixei crescer, mudei o tom, voltei ao loiro e ao quase platinado. Até que em novembro de 2017, (des)colori os cabelos pela última vez.
 

Ver as raizes grisalhas traz um misto de sentimentos, nem sempre bons.

Selfie feita agorinha, dia 1º de maio de 2018, às 13h

Hoje, revendo o passado penso que, aos 34 anos, 54 quilos, vestindo os tão enaltecidos tamanhos 36/38, usar os cabelos curtérrimos e grisalhos foi uma deliciosa provocação. Afinal, eu era padrão, e recebia da sociedade a permissão de ousar.  Com 13 anos e 30 quilos a mais, bem… a história é um pouco diferente.

Veja bem, eu liguei o foda-se para o que pensam de mim. Mas ainda não desliguei o meu crítico interno. E dizer isso no masculino faz todo sentido: meu crítico interno é macho, cis, branco, classe média.  Ele me diz que não tenho mais idade para certas coisas, que deveria me vestir deste ou daquele jeito, que não deveria me comportar assim ou assado. Ele é um pé no saco!

Acredito que ele participava da Comissão Reguladora dos Padrões Socialmente Aceitos, e fez, com seus colegas, essas regrinhas (idiotas) que muitos seguem sem questionar. Agora, perdendo seu poder, vendo seu templo ruir, ele se apega com força ao que pode… e lá estão todos os meus ganchos, onde ele luta para se manter. Foda, né?

Eu acho lindo todos esses movimentos de mulheres maravilhosas que se cansaram da ditadura da beleza, da juventude, do corpo, do peso, etc, etc, etc. Aplaudo de pé! Há tempos entendi o significado da liberdade de expressão, parei de julgar e abracei as diferenças. (sim, eu já fui muito, muito idiota e preconceituosa, sem ter consciência disso). Se você pensa algo de mim, que bom, saiba que isso diz muito mais sobre você mesmo, e pouco – ou quase nada – sobre mim. Eu não estou nem aí e só aproveito o que me convém, afinal, só eu sei as dores e as delícias de ser quem sou. Por isso digo que não me preocupo com você, mas com o meu crítico interno, cada vez menor e mais sem voz, mas ainda assim, dentro de mim, a me julgar e apontar. Um dia ele morre ou muda, e viramos amigos confidentes, sei lá.

Tudo isso para reafirmar que tem dias que me olho no espelho e me acho linda e corajosa por ter quase um palmo de raiz grisalha gritando ao mundo a minha escolha. Noutros, quero usar um chapéu ou correr para o salão mais próximo (mentira! Sem minha Fernanda Pio, quase não sinto vontade de ir a um cabeleireiro).

p.s.: Estou pensando em aproveitar o verão europeu para pintar a parte loira do cabelo de azul clarinho…

Eu sou a favor do Amor!

Vendo agora o documentário Família no Papel, no GNT, me dou conta do porquê me emocionar tanto com a questão dos Direitos dos Homossexuais no mundo inteiro.

E digo: ainda brigo pouco por isso.

Por que raios duas pessoas não podem se amar? Por que duas pessoas não podem viver o amor, construir sua família, demostrar publicamente o carinho e o afeto que sentem por seus pares???

Apenas por serem do mesmo sexo?

Isso faz algum sentindo? Onde?

Tente me explicar, por favor.

Por uma boa causa


Ando longe, sem muito tempo para escrever e atualizar o blog. Mas, para uma boa causa a gente arruma tempo, né?

Clica e se joga: Twestival Rio. Vale a pena.

A minha parte

Quero uma vida mais simples. Não estou falando de um amor e uma cabana. Mas de uma simplicidade voluntária, desejada, construída.

Também quero parar três minutos o que estiver fazendo pra ver o sol na lagoa, ou sentir o cheiro de chuva. Ganhar meu dinheiro, sem vender minha alma! Chorar de rir, por uma besteira qualquer. Ver nos seus olhos a minha vida inteira. Quero ser feliz. E quero deixar um mundo melhor pro João e, quem sabe, os outros que virão…

Quero um planeta vivo, pulsante, alegre, verde.

Eu vou fazer a minha parte. E você?

Bombas de sementes [clique pra ver o original]

Para fazer brotar plantas e flores em canteiros abandonados que precisem urgentemente de algum verde…

1. Misture num balde duas partes de sementes e três de adubo e depois acrescente cinco partes de argila em pó.

2. Jogue água e misture até formar uma massa úmida. Enrole bolinhas de cerca de 2 centímetros.

3. Saia pelas ruas e jogue cuidadosamente essas bolinhas em canteiros e praças degradadas.

4. As “bombas” carregam nutrientes suficientes para que os brotos comecem a crescer em solo pobre – é só esperar as próximas chuvas.

Eu não sou reativa

Certa vez, acompanhava um amigo à banca de jornal. Meu amigo cumprimentou o jornaleiro amavelmente mas, como retorno, recebeu um tratamento rude e grosseiro. Pegando o jornal que foi atirado em sua direção, meu amigo sorriu polidamente e desejou um bom fim de semana ao jornaleiro. Quando descemos pela rua, perguntei:

– Ele sempre te trata com tanta grosseria?
– Sim, infelizmente é sempre assim.
– E você é sempre tão polido e amigável com ele?
– Sim, sou.
– Por que você é tão educado, já que ele é tão inamistoso com você?
Porque não quero que ele decida como eu devo agir.

[Não é o ambiente que nos transforma, mas nós que transformamos o ambiente].

Adaptação do original de John Powell.

O preconceito e o profissional acima dos 40 anos

O valor da experiência de profissionais de mais idade não é aproveitado em empresas que têm como norma não contratar acima de quarenta anos.

Por Zeca Martins, Webinsider

A mais brilhante definição de preconceito de que já soube veio-me de Voltaire, em seu Dicionário Filosófico: “preconceito é uma opinião sem julgamento”, ou seja, adquirimos uma opinião qualquer, não verificamos sua razão de ser e passamos a acreditar naquilo, simplesmente.

Voltaire disse isto por volta de 1760. Passados mais uns cento e oitenta anos, em meados do século vinte Einstein lastimou que “hoje, infelizmente, é mais fácil partir um átomo ao meio do que quebrar um preconceito”. Pois, somando-se as coisas, conclui-se que preconceito deve realmente ser algo indestrutível, ou perto disso.

Tão indestrutível, que o preconceito dos nazistas contra os judeus ainda perdura no coração de muita gente, mesmo após tanta propaganda contrária. E dos judeus contra os árabes, e dos árabes contra os judeus, e dos brancos contra os negros, e dos negros contra os brancos, e dos que são contra os mulatos, contra os cafusos, os mamelucos, os letrados, os iletrados, as mulheres, os homens, os advogados, os políticos, os publicitários, os jornalistas, os nordestinos, os açougueiros, os torneiros-mecânicos (sim, porque, sem dúvida, haverá alguém cultivando preconceitos contra açougueiros e torneiros-mecânicos), os velhos, as crianças, os gays e o escambau. Existe preconceito até contra o escambau.

Assim como não tem fronteiras e nem escolhe raça, faixa etária ou sexo, o preconceito também não escolhe porta-vozes ou causas. Ele existe dentro de todos nós, tem diferentes intensidades. Não tem função nem propósito. Apenas existe, desde que o ambiente seja favorável ao desenvolvimento de um raciocínio qualquer, um sofisma destes capazes de fazer-nos acreditar no ilógico. Algo como a prestidigitação. Nada além de opiniões sem julgamento.

Nunca vi alguma pesquisa sobre onde o preconceito ocorre com maior ou menor incidência. Talvez os americanos, que adoram pesquisar de tudo, já a tenham feito, mas nunca ouvi falar dela. Mas também não é difícil concluir que o preconceito não é privilégio de um ou outro segmento da população. Nada disso. Ele existe em todo lugar, em todo tempo, em todo tudo! Tem em casa, tem no futebol, tem nas estações de trem.

E tem, claro, nas empresas; porque existem pessoas nas empresas. E pessoas são a única condição ambiental indispensável para a reprodução do preconceito. Nos últimos anos surgiu, por exemplo, uma espécie de preconceito no meio empresarial, mais especificamente na administração de recursos humanos, que é a rejeição a priori do profissional com mais de quarenta anos de idade.

O quarentão, candidato a uma vaga qualquer, pode e deve desistir de antemão à sua pretensão de colocação profissional. Ora, exatamente porque ele já tem mais de quarenta anos. E o que isto significa? Nem Deus sabe. E, claro, muito menos um certo tipo de recrutador: papagaio de repetição, este recrutador só sabe que o candidato tem mais de quarenta anos e, por isso mesmo, não pode ser contratado. É a política da empresa, ora!

Mas se perguntarmos a razão de ser desta política da empresa (ora!), ele, autômato burocratizado não saberá responder. Basta que ele saiba, e isto o satisfaz plenamente, que a política da empresa é esta. E ponto. Para ele, políticas empresariais são, por definição, indiscutíveis (mas que cara teimoso você é! Pare de querer discutir a política da empresa!).

Gente assim cabe com exatidão de mecanismo de relógio suíço na definição títere porcessionário, criada por Laurence Peter, a maior autoridade mundial em estudos sobre a incompetência. Títere é sinônimo de fantoche, marionete; processionário é aquele que segue, apenas segue. Há, para exemplificar, uma espécie de larva que segue a da frente. Colocadas em círculos, estas larvas processionárias ficam dando infinitas voltas umas atrás das outras até morrerem de fome, mesmo quando, como se fez em várias experiências de laboratório, havia alimento em abundância ao alcance de todas.

O títere processionário, portanto, é um verme que apenas segue e, assim, se manipula com facilidade. Como sabemos, há muitos deles nas empresas e demais organizações humanas.

Tem da portaria até a presidência. Porém, quando na administração de recursos humanos, passam por uma metamorfose peculiar e de origem desconhecida para assumirem a forma mais letal que se pode verificar na espécie dos títeres processionários: a forma que age sob estímulo exclusivo do preconceito, aquela opinião sem julgamento à qual já nos referimos, com poder de determinar a vida de pessoas.

Visto que o títere processionário não pensa, ele é evidentemente incapaz de julgar. E dá-se a um sujeito destes o tal ‘poder de vida e de morte’ sobre profissionais que cometeram o terrível engano de não contrariar a natureza das coisas e, imprevidentes, deixaram o tempo passar, atingindo os quarenta anos.

Pela lógica titeriana-processional, nada mais justo que punir estes ineptos que não combateram com vigor o passar dos anos. E ousaram envelhecer. Já que o profissional não foi capaz de fixar-se na idade dos trinta anos, também não será capaz de fixar-se na empresa ou num projeto qualquer. Corte-se-lhe, pois, a cabeça.

Mas os sujeitos que mudaram o mundo o fizeram, em sua esmagadora maioria, após completarem bem mais do que quarenta anos. Leonardo da Vinci, Isaac Newton, Gutemberg, Sidarta Gautama (vulgo Buda), Churchill, De Gaule, Henry Ford, Mahatma Gandhi, Roger Mila (que, até uns cinqüenta anos, jogou um bolão pela seleção de Camarões)… dê uma olhadinha em qualquer livro de história e confira.

Só Jesus Cristo não conseguiu; certamente porque não lhe deram chance de mostrar do que ele seria capaz após os quarenta (se aos trinta e três já era um terror, imagina aos quarenta!). Talvez os romanos fossem os precursores desta atual tendência da administração titerianoprocessional de recursos humanos: “Está a caminho dos quarenta?!? Crucifica o cara!”

Falei com um executivo europeu e ele disse que lá no velho continente idade não é fator de importância crucial. O que conta é o mix de vontade-competência-experiência. Então, estamos, no Brasil, criando know-how para exportação. Preconceito globalizado, mas made in Brazil! Nossos preconceitos em relação à idade nos fazem esquecer de sujeitos como Lee Iacocca, Antonio Ermírio de Morais e mais um punhado de sessentões, setentões e oitentões que, ainda hoje, estão à frente de seus barcos, são produtivos, arrojados, geram empregos e fazem suas empresas dar muito lucro.

Por outro lado, sobre os idiotas que recusam um profissional por questão etária, estes não poderão jamais ler algum texto primoroso que Manuel Bandeira ou Cora Coralina, ou Goethe ou Ernest Hemingway, tenham escrito, idosos, no final de suas vidas: por coerência, devem recusar tudo o que estes e outros tantos velhos desprezíveis tenham produzido.

A propósito, quando escreveu seu Dicionário Filosófico, Voltaire já tinha uns oitenta anos. Também convém que alguém conte a estes sujeitos (por pura sordidez e maldade) que logo, logo eles mesmo chegarão aos… quarenta!

Esta gente que cultiva opiniões sem julgamento o faz porque, evidentemente, não é capaz de julgar coisa alguma. Assim sendo, também não serão capazes de tomar, com equidade, alguma decisão que exija mais do que alguns neurônios e raciocínios primários. Devemos desprezá-los, embora com compaixão. E devemos, por pura lógica, desprezar também, e principalmente, quem

lhes confiou o cargo que exercem.