As cores que bebo

Sou uma artista plástica das palavras. Presunçosa, não? Mas, é assim que me gosto de me ver. Eu amo cores. Se pintasse, usaria muitas delas. E fortes. E vivas. E sobrecarregadas. Minha tinta é outra. Ao invés de cores, uso palavras. São tantas as nuances nas entrelinhas, que o quadro quase cria vida.

  • foto minha, de um drink que amo: frutas vermelhas com cachaça. Hummmm. *
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Belos Dias belos

A vida segue bela, não? Acho que para compensar o frio, o céu tem se vestido de belas cores. Os últimos dias foram divinos! Uma luz incrível. Um clima bom no ar… Eu simplesmente AMO ver o céu – ainda mais quando ele se pinta de azul e rosa. O meu lado romântico aflora. Fico com aquele olhar perdido. Um ar de graça estampado no rosto. Piso leve, como em nuvens…

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* Foto minha, do pôr do sol dia desses, da janela da agência *

O vinho do princípio


Ela segurava aquela taça como quem prende o mundo. Como quem segura o momento entre as mãos. Mãos frias de nervosismo. E a taça, a única coisa concreta naquele instante, a trocar calor com as mãos suadas de tensão. Nem o líquido tinto, encorpado, parecia real. Escorria pela garganta sedenta de grito. E desaparecia. Todos os sentimentos estavam ali, misturados. Tal qual numa garrafa rotulada, lacrada, meio guardada, meio exibida na adega. Sentimentos aprisionados. Sensações concentradas. O decanter se fazia necessário. Afinal, como apreciar a vida com tanta acidez? Respirar. Ela precisava respirar. Aspirar passado-presente-futuro de uma só vez, a encher os pulmões. E, entre-lábios, deixar que o ar saia de mansinho, até o fim. Para mais uma vez encher-se de mundo, de paz, de vida.

* ilustração vinda diretamente da Macacolândia. Espetáculo, não? *

O Pequeno Príncipe

Vocês podem até pensar que estou com crise de Miss ou algo parecido… Que nada. Eu explico: uma amiga vai ganhar um sobrinho e anda cheia de lindas idéias para receber o mais novo integrante da família. Eu bem sei como é isso. Quando ganhei João, meu filho e príncipe-herdeiro, foi a mesma coisa…

A Rê escolheu O Pequeno Príncipe como tema para todas as coisinhas que vai preparar para o Tomás – do Chá de Bebê ao quartinho! E cá estou cercada de Saint-Exupéry por todos os lados – convites, adesivos,TAGS de lembrancinhas.

Entre um job e outro, reli [Ui, 26 anos depois!] o livrinho, que de raso e infantil muito pouco – ou nada – tem!!! Estou encantada como as Misses. E se tiver que responder meu livro de cabeceira, direi sem pestanejar: O Pequeno Príncipe.

Como é linda e profunda a história. Tinha me esquecido completamente. Em quase todos os parágrafos fui catapultada para o passado em frente a TV. Gene Wilder com aquele sorriso maroto de Raposa ainda mora no meu inconsciente. A cobra, eu a apaguei da lembrança! Doeu demais vê-la seduzir o Pequeno e lhe roubar os sonhos – ou era assim que eu imaginava, no passado, do alto dos meus 9 ou 10 anos de idade. Fui inocente a interpretar o fim. E confesso: a voz doce de Aldamária Mesquita [dubladora do Pequeno Príncipe] ainda ecoa na minha mente com suas constantes indagações “Que é…?”

 

(…) Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo…(…)


Taí. Gostei do meu momento Miss. Agora volto mais leve para os tantos outros livros que ainda preciso ler. É certo que ficou um pouco do romantismo-raposiano. Quem sabe, entre uma página e outra nos tantos cafés que freqüento por aí, não encontro alguém que me cative?!

Eu sonhei com o mar

Hoje pela manhã, entre um sono e a preguiça de acordar, sonhei com o mar. Um mar tão azul, tão incrivelmente azul, que tive vontade de mergulhar da minha janela. Um forte vento leste varria a calçada e as areias, revelando uma vegetação que eu não imaginava existir – verde, enfim, por baixo da branca e fina areia. Do alto do sétimo andar, eu observava aquele mágico mar a se transformar sob meu olhar. E, num piscar, ele invade meu quarto, pela fresta da janela que não pude fechar. Acordei, então.

Acredito que sonhos trazem respostas. É certo que em uma linguagem que precisa ser decifrada, desembaralhada, interpretada, trabalhada [e não digo olhar num dicionário!]. Este meu sonho doido traz mil símbolos, todos interessantes e cheios de significados para mim. Mas isto é tudo o que eu vou dividir…

A mulher sentimental

Redundâncias incontidas extrapolam para a tela do meu computador. Como falar de mulheres sem falar de sentimentos? Somos inseparáveis. Aliás: mulheres são feitas de sentimento, assim como suspiros são de açúcar!

Pelo menos, ela era. Não somos todas, afinal?

Mas, seus quereres eram coloridos, quase sempre, pelas mais fortes das emoções. Sempre foi assim. O tempo só fez apurar tanto sentir.

Com palavras, pintava cenas que bem poderiam ter saído de uma tela de Frida Khalo ou de um filme de Almodóvar. Especializou-se nas cores sentimentais, carregadas de vermelho visceral.

Intensa. É assim que gostava de ser. E da vida queria o que havia de mais quente, mais apimentado: queria tempero! Porque não podia acordar todos os dias para uma existência morna, plácida, medíocre. Queria ápices.

Na ilusão de construir seu castelo azeitado, ela perdeu todas as chances de saborear uma vida plena. Deixou passar a lição de que a felicidade está na média de todos os dias, no caminho do meio. Mal sabia ela que o clímax ardentemente desejado encerraria as cortinas daquele espetáculo, no exato momento em que a mocinha fechasse os olhos.

Eu ainda procuro por aquele que acalmará as marés de dentro de mim. E essa minha busca tem trilha sonora…

For The First Time
Rod Stewart

Are those your eyes
Is that your smile
I’ve been looking at you forever
Yet I never saw you before

Are these your hands
Holding mine
Now I wonder how
I could have been so blind

(Chorus)
For the first time
I am looking in your eyes
For the first time
I’m seeing who you are
Can’t believe how much I see
When you’re looking back at me
Now I understand what love is, love is
For the first time

Can this be real
Can this be true
Am I the person I was this morning
And are you the same you

It’s all so strange
How can it be
And all along this love
Was right in front of me

(Chorus)

Such a long time ago
I had given up on finding
This emotion ever again
But you’re here with me now
Yes I’ve found you some how
And I’ve never been so sure

(Chorus)

For the first time